1 de mai. de 2009

Título - qualquer um comum ai


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O que estou fazendo nessa velha máquina? Pensa-se que tudo está se encaixando aos poucos. Mas se encaixando em quê? Para quê? Que ilusão. Ingênuos sensivantes...
“Cara, tantos filmes e não encontro um!” Escutei ontem, quando minha rotina diária já vinha chegando ao fim, de um ser na locadora de filmes tentando escolher um e, ou por indecisão, ou por não estar na secção errada – engraçado como existem diferentes secções para filmes conforme às diferentes personalidades humanas -, ou mesmo por ser um perfeccionista, não se decepcionar.
Senti um tom filosófico que há muito não ouvia, do nada, desse ser cidadão, de número desconhecido que, sem querer, eu escutei e chamou-me a atenção. Só a minha, ele nem se ouviu.
O que há de filosofia nisso?! Sei lá, vai saber... Interessante como a realidade se desenvolve. Faz tempo que não escrevo e nem estou preocupada com palavras bonitas e incomuns, dessas que nos afetam, ignorantes leitores de meros autores vaidosos, no estado emocional em que nosso pobre espírito encontra-se quando lendo um parágrafo.
Afinal, que diferença faz uma palavra bonita, ou mesmo uma feia de tão incomum, na constituição de um texto para a existência humana, esta que é tão numerosa e pseudo-homogênea quanto os residentes de um formigueiro? Chega de metalinguagem.
Pois bem, que realidade quimérica em que vive esse ser vivante... Prateleiras – que não são esféricas como a Terra -, filmes numerados(osos), secções divididas por expectativas e devaneios humanos, mãos e olhos buscando as capas mais bonitas ou títulos que fazem sentido com alguma obviedade – mas o que é o óbvio?! Algum relativista dir-me-ia que depende do ponto de referência. Da óptica em que olho. Talvez a velha máquina esteja girando tão lentamente que acabo sentindo minha velhice -.
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É, vou dormir.
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