30 de abr. de 2006

Direito Existencial

Por que seria assim? Dessa forma? Essa forma tão comum e ao mesmo tempo tão anormal, tão incomum, mesmo sendo normal à vista das pessoas, da sua sociedade. Seria mesmo? Todo mundo está condicionado a pensar de uma única forma, sendo unidirecional. Mas ele, o ser humano, é a prova mesma de divergência existente na sua realidade, na única realidade comum. Se é unidirecional, por que ele pensaria, discutiria, questionaria? Sua existência é a justificativa disso. Ele é hipócrita. Procura por uma liberdade que ele mesmo a restringiu. Moralidade serve para isso, né? E o Direito? Ao mesmo tempo que este surgiu para garantir a liberdade dos homens, e tão utilizada sobre esse bem, ele também restringiu as ações humanas; ao mesmo em que oferece direitos aos homens, impõe-lhes regras. E o direito não surgiu do nada ou de criação divina, ele também é humano. Seria, mesmo, a sociedade anárquica sem ele?

"O Direito é burguês, é uma super-instituição, como a Igreja." (Karl Marx)



Presente futuro

Estava eu, aqui, pensando na minha vida, sozinha, querendo descobrir o que seria o meu futuro, o que acontecerá amanhã, depois de amanhã, a cinquenta, cem anos.


"Ser contra a globalização é tão razoável quanto protestar quanto ao mau tempo." (Die Zeit)


Será que, no futuro, teria em minha casa um robô que faça as atividades domésticas, atenda à porta e lave o banheiro? Será que nossas casas viverão conectadas, em período integral, com a internet e esta extinguirá o telefone imóvel? Falaremos através de vídeos conferências com as pessoas? Teremos nossas viagens de férias com destinos extra-terrestres? Faremos visitas para cientistas que habitam casas espaciais? As crianças não mais usarão o velho caderno e lápis nas escolas, mas apenas computadores? Os livros serão trocados por sites de pesquisas rápidas e didáticas? Aperfeiçoaremos a telepatia, o teletransporte? Preveremos o nosso futuro? Conheceremos deus? Poderemos nos auto modificar geneticamente para melhorarmos a nossa aparência, no lugar de plásticas e silicones? Usaremos óculos e relógios? Seremos humanos? Seremos felizes?


"As atuais circunstâncias tecnológicas e culturais colocam todos os indivíduos diante de uma bifurcação: deixar-se carregar pela homogeneização massificadora da globalização ou aproveitar as oportunidades, que entretanto existem, para afirmar a própria subjetividade." (Domenico de Masi, O Ócio Criativo , p. 146)


Todos somos conscientes do nosso desenvolvimento durante a história da humanidade, evolução e conhecimento técnico-científico são proporcionais ao andar do tempo. Todas as pessoas, independente de cor, nacionalidade, cultura e renda financeira, serão incluídas nesses "benefícios"? A destruição de línguas e modos de viver de determinadas comunidades humanas é fato atual. Elas sobreviverão a essa revolução-globalizante-alienada? Acontecerá a mesma cena que aconteceu tempos atrás com Incas, por exemplo?